Tschick

Quando me mudei para cá, em agosto de 2011, recordo o desespero que era visitar as muitas livrarias maravilhosas que tem em Berlin; eu era uma completa analfabeta (agora sou só metade…rsrsrs) e foi muito difícil porque ler é uma das coisas que mais gosto de fazer na vida.

Desse tempo, uma coisa não posso deixar de lembrar: o romance “Tschick“, de Wolfgang Herrndorf estava em todas as prateleiras dos mais vendidos e assim permaneceu por quase um ano.

Eu morria de curiosidade, mas só de folhear já via que não ia dar conta; pois essa semana resolvi me arriscar. Olha, com certeza perdi muitas das nuances por causa do meu pobre e deficiente alemão, mas juro que não entendi o porquê de tanto sucesso.

Sim, o livro é bom, mas nada de extraordinário. Conta a história de dois adolescentes de 14 anos que não são exatamente os mais populares da escola, principalmente entre as meninas.

O livro é narrado por Maik Klingenberg e o Tschick do título é o apelido do outro rapaz, o descendente de russos Andrej Tschichatschow. Ambos têm problemas em casa e são apaixonados por meninas na mesma sala (sem serem correspondidos, claro). Depois do final das aulas, os dois resolvem sair de férias em um carro roubado (na verdade, um Lada velho que o irmão de Tschick encontrou na rua). É claro que passam por aventuras diferentes para meninos dessa idade viajando sozinhos e sem juízo nenhum e conhecem pessoas pitorescas ao longo do caminho, como é de se esperar.

Não sei se é porque já li tantas histórias de adolescentes rejeitados e viagens transformadoras, que, sinceramente não achei muito original não. Ou talvez o livro seja ótimo e eu é que passei da idade de apreciá-lo como deve ser.

Está longe de ser ruim; para mim, foi apenas previsível demais. De qualquer maneira, recomendo a leitura (acho que já existe em português com o mesmo título).

4 Responses

  1. 3 junho 2013 at 5:59 am

    Tenho acompanhado um pouco os best sellers, Lígia, nas listas pelo mundo – das línguas que conheço, é claro. E são (quase) sempre pouco originais, previsíveis histórias de superação de revolta e de retorno “ao seio da sociedade”. Acredito que os leitores em geral gostam de repetições, de navegar em águas já plenamente conhecidas, com final feliz e cheio de conformismo. Triste, não achas? bj aí pra Alemanha!

    • ligiafascioni
      Responder
      3 junho 2013 at 2:39 pm

      Oi, gurua!
      Olha, não sei se é triste. Podemos ver o fato de maneira diferente: muita gente pode estar começando a enveredar pelo mundo da leitura agora, e, para essas pessoas, talvez isso seja uma grande novidade.
      Será que estamos ficando velhas? Eeheheheh….
      Beijos 🙂

      • 4 junho 2013 at 7:49 am

        É, creio que tens razão. Prefiro que leiam best sellers, a que não leiam nada. Mas sinto muita falta de originalidade no mundo em geral – que os artistas têm. EU tou velha, tu és brotinho!!! bj

      • ligiafascioni
        4 junho 2013 at 10:18 am

        Aahahahah… velha nada!
        Olha, ultimamente os livros que mais tenho gostado são do Murakami. Às vezes ele se estende mais do que o necessário, mas o sujeito é muito criativo. Na verdade, dou mais valor ao estilo e à capacidade que a pessoa tem de construir uma frase interessante do que a história propriamente dita (depois de ler meia dúzia de livros de roteiros, meio que a mágica da surpresa se perde um pouco; afinal, é tudo a mesma receita….rsrsrs).

        Beijocas 🙂

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