Fale com ela

Fotografia: Rob Hefferan

As pessoas costumam usar a correria e a pressa para justificar a falta de educação. Mas por que, se o tempo é igual para todos, alguns ainda teimam em continuar bem-educados levando em consideração as outras pessoas enquanto a maioria segue hipnotizada pelo próprio umbigo?

Quer um exemplo? Muitos me pedem propostas urgentes para levar para uma reunião. Eu as envio dentro do prazo solicitado e nunca mais tenho notícias. Preciso ficar fazendo a chata para saber se o documento foi recebido. Pois em algumas situações fico surpresa ao saber que não só chegou, como foi para a tal reunião e já estão discutindo até datas. Só que ninguém me avisa.

Aconteceu esses dias novamente – precisando de uma consultoria jurídica, liguei para a secretária e enviei uma carta enorme explicando toda a situação. Precisava de uma resposta com certa urgência; assim, depois de dois dias, resolvi ligar para ver como estava a coisa. Pois a competente moça já tinha encaminhado a correspondência conforme o prometido e o caso já estava sendo analisado – só se esqueceu de me avisar. Fico me sentindo mal educada ao inserir sempre uma frase nos e-mails pedindo confirmação de recebimento, mas no mais das vezes nem mesmo isso tem funcionado.

Andei passando por uma reforma em casa (arghhh…) e aconteceu de novo: pedi que a instalação da cozinha fosse antecipada, a pessoa que me atendeu anotou e nunca mais soube de nada. Até que na véspera do dia que eu tinha solicitado, recebo uma ligação do instalador perguntando se estava mesmo tudo confirmado e ele poderia vir no dia seguinte. Ora, e eu achei que eles tinham até se esquecido! Por que não me avisaram que tinha dado certo?

Isso sem falar nos fornecedores que fazem sua agenda ficar refém da deles; juram que vão aparecer de manhã cedinho, no primeiro horário, e surgem no dia seguinte, com 24 horas de atraso, vestindo a usual cara de paisagem como se nada tivesse acontecido. Se você pressiona, eles dão alguma justifica vaga, mas custava telefonar ou mandar um torpedo avisando que a filha do sobrinho da vizinha da sua avó torceu o pé? Por acaso lá em Marte não tinha sinal de telefone?

Claro que tem uma raça que recebe as mensagens, ligações e correspondências e se finge de morta, mesmo que tenha sido ela mesma quem solicitou. Gente que não tem o menor respeito pelo tempo alheio (e o pior é que essa “comunidade” se multiplica a velocidades assustadoras). Pessoas que pedem coisas não muito triviais como conselhos, opiniões, pareceres, bibliografias e, depois do trabalhão que tenho para respondê-las, não são capazes de retornar um ok (eu nem estava pensando em um obrigado básico). Essas não tem jeito mesmo, a maioria “não tem tempo para ler”*, então nem passa por aqui (exceto quando está querendo algum favor, naturalmente).

Estou falando daquela gente que trabalha, é responsável, competente e que está fazendo exatamente o que foi combinado, só que não se lembra de comunicar isso para o cliente, o chefe, o namorado, o amigo, o professor ou qualquer pessoa que seja impactada pelo fato em questão. Não pode ser tão trabalhoso assim responder ok ao receber uma mensagem ou ligar para dizer que vai se atrasar.

É só pensar: a criatura do outro lado da conexão não é telepata e nem adivinha. É uma pessoa, como você. Fale com ela.

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* Adoro essas figuras que olham bem sérias para mim e dizem que não têm tempo para ler. Me chamam de desocupada na cara dura..rsrsrsrs…

Lígia Fascioni | www.ligiafascioni.com.br

Logo mutante

Os designers do estúdio The Green Eyl bolaram um sistema de identidade visual mutante para comemorar o 25° aniversário do Media Lab, o famoso laboratório de desenvolvimento de novas tecnologias e inovação do MIT (Massachuttes Institute of Technology).

O conceito é bem a cara deles, completamente coerente com a identidade do laboratório — o símbolo, baseado em formas geométricas simples que simulam três focos de luz nas cores primárias, podem ser posicionados de várias maneiras diferentes. Eles fizeram um software que simula todas as combinações montando um mapa de opções onde cada funcionário, professor ou aluno pode escolher uma para colocar no cartão de visitas. Cada combinação escolhida fica reservada para a pessoa e ninguém mais pode usá-la.

Limonada Moda Customizada

Esse é o nome da loja virtual da designer de moda Janaína Ramos, cheia de bossa e ideias bacanas. O projeto surgiu em 2008, a partir do Trabalho de Conclusão de Curso que tratava de ecodesign, cooperativismo e economia solidária.

A super empreendedora Janaína também oferece consultoria em customização, olha que legal: ela dá uma geral no seu guarda-roupa, analisa seu estilo e hábitos cotidianos e faz propostas de customizar as roupas que você já tem para que fiquem com a sua cara.

DNA Empresarial no Mundo Corporativo

No final do ano passado, gravei uma entrevista no programa Mundo Corporativo, da CBN. Pois domingo ele foi ao ar (só fiquei sabendo agora pelo comentário de um ouvinte). Clique aqui para ouvir ou ver o vídeo sobre o tema DNA Empresarial.

A gente conversou sobre identidade, imagem, marca, design e até sobre público-alvo, veja que coincidência; o Heródoto Barbeiro e o pessoal que acompanhou fez perguntas muito boas. Vale a pena ir lá conferir!

A esfinge do mercado

Estou cansada de ouvir: “Mas o mercado quer o contrário do que eu sou! Preciso passar uma imagem de inovação e preocupação ambiental! A identidade é importante, mas tenho que dar o que os clientes querem para sobreviver no meu negócio!!”.

Sobreviver fazendo teatro? Na minha opinião, até uma companhia de teatro precisa ser fiel à sua identidade. A tentação de ignorar o que se é e divulgar o que você acha que o mercado quer ouvir é quase irresistível. Mas fuja dela se quiser sobreviver, e, principalmente, se quiser se destacar.