6 perguntas sobre trabalhar na Alemanha

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Não estou dando conta de responder ao tanto de emails e mensagens de gente querendo vir morar na Alemanha. A maior parte é da área técnica (engenheiros, analistas de sistemas, etc) ou criativa (publicitários, designers, etc).

Selecionei as perguntas mais comuns; vai que você está pensando em me escrever para perguntar justamente isso, né?

1. Como você veio parar na Alemanha?

Meu marido veio a convite de uma empresa alemã. Ele é um engenheiro extremamente qualificado e já havia morado aqui antes por 6 anos antes de fazer o mestrado na Inglaterra (o doutorado foi no Brasil); a vaga dele foi divulgada por cinco semanas aqui (hoje em dia não precisa mais se a pessoa vier com um emprego que pague acima € 44 mil/ano). Como não apareceu nenhum alemão com o perfil, foi contratado como diretor da empresa com a Blaue Karte (visto especial para alta qualificação). Depois de 21 meses contribuindo para a previdência social, ele obteve a autorização permanente para trabalhar e residir. Hoje temos nossa própria empresa de tecnologia (infelizmente, ainda não estamos contratando).

2. Dá para ir sem visto de trabalho?

Se vier como turista, pode ficar 90 dias por semestre na União Europeia sem visto, mas não pode trabalhar. Aí é só comprar a passagem e vir. Se vier como estudante, penso que tem que estar matriculado numa escola/universidade; aí o prazo pode ser bem maior (acho que mais de um ano), mas também não pode trabalhar. Para conseguir esse visto, é preciso comprovar que tem renda suficiente para se manter nos meses em que pretende ficar. O visto de trabalho eu não sei exatamente como funciona, mas o melhor de tudo é vir já com um emprego (aí, geralmente a empresa se encarrega de dar as orientações necessárias). Não se pode perder de vista que a concorrência é grande; italianos, espanhóis, portugueses e todos os profissionais que moram na União Européia não precisam de visto para morar e trabalhar aqui. Naturalmente, os brasileiros que possuem cidadania europeia também não têm esse problema.

3. Precisa falar alemão?

Olha, se a pessoa for um expoente na sua área, pode ser contratado só sabendo inglês, mas aí tem que trabalhar numa startup (pessoal mais jovem e cosmopolita) ou numa multinacional. No começo dá para se virar só com o inglês, mas a pessoa precisará de ajuda, pois todos os contratos de serviços (aluguel, telefonia, transporte, internet, seguro saúde, registro de moradia, etc) são em alemão.

Outra coisa; para um adulto brasileiro, aprender alemão não é rápido como aprender inglês ou uma das línguas latinas próximas à nossa (espanhol, italiano, francês). Leva mais tempo, porque, além de uma gramática muito mais complexa, é preciso aprender a pensar de um jeito completamente diferente. Leia aqui sobre a minha experiência pessoal, caso tenha curiosidade.

4. O mercado está bom para a profissão tal?

Depende muito do currículo do profissional. Como em qualquer lugar do mundo, quem é mais qualificado, tem mais chances. Berlim, que é onde moro e conheço mais, é uma cidade pobre para os padrões alemães porque não tem muitas indústrias e a economia está mais voltada para serviços, onde a rede de relacionamentos é tudo. Tem muita gente da área criativa morando aqui e se equilibrando para pagar as contas no final do mês, pois a maior parte trabalha como freelancer. Há também muitas startups, mas essas geralmente não têm tantos recursos para contratar (a não ser algumas maiores que já receberam investimentos). Já em outras cidades da Alemanha, mais ricas, como Hamburgo, Munique e Stuttgart, penso que há um mercado mais aquecido em termos de trabalho, principalmente na área técnica. É nesses lugares que o dinheiro está.

Se você quiser fazer universidade ou mestrado aqui, sugiro esse ótimo post da Agenda Berlim (clique aqui para ler).

5. Como eu arrumo um emprego aí?

Tem alguns sites onde é possível pesquisar as vagas e o perfil que eles estão precisando. Veja alguns links:

Experteer

Meinestadt

Jobs.de

Aktuelle Jobs

Stellenanzeigen

Artconnect Berlin

Além desses, é possível pesquisar a empresa onde a pessoa quer trabalhar e entrar no portal para ver as vagas disponíveis. Algumas têm filiais no Brasil, o que pode facilitar o processo de recrutamento.

6. Dá para ganhar bem?

Essa pergunta é tão comum que fiz até um post só falando a esse respeito. Clique aqui para ler.

Atualização: Esse site aqui mostra os salários das profissões de nível superior nas diferentes regiões da Alemanha.

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Bem, isso é o que tenho de informações por ora. Se alguém tiver mais para contribuir, fique à vontade para usar o campo de comentários.

Espero que tenha ajudado um pouco e viel Glück!!

Guarda-volumes alemão

Fiquei de explicar a questão da entrada na Biblioteca Central da Universidade Humboldt, então, “apreparem-se”, porque a novela é longa (ainda bem que tem final feliz, com sorteio e tudo!).

Bom, depois que entrei no prédio, fiquei chapada que nem zumbi quando sente o cheiro de cérebros. Tão empolgadinha que nem vi os avisos (todos em alemão, claro) que diziam que não se podia entrar com nenhum tipo de pasta ou sobretudo. Nem capa de laptop podia. Garrafa, só de água, e ainda assim, transparente. O guarda que me barrou explicou que eu tinha que deixar tudo no guarda-volumes ali ao lado. Precisava de um cartão mensal e a senhora da recepção poderia me explicar melhor (isso foi o que eu consegui entender no meu alemão castiço, de raiz).

Mais estantes intrigantes

A Vanessa Pacheco me mandou um link com várias estantes bacanas. Algumas eu já conhecia, outras são pura novidade. Seguem as mais legais (na minha opinião) e inéditas neste blog. Se quiser ver todas, é só clicar aqui. Essa é para quem quer ver as coisas de um outro ângulo… Essa já vem com parênteses, […]