Cool hunter

coolhunterJá faz alguns anos assisti a uma palestra do queridíssimo Antonio Jorge Petruzzia, um designer de quem sou fã, onde ele dava a dica do livro “Tão ontem“, de Scott Westerfeld.

Fiquei com aquilo na cabeça, mas minha lista era tão enorme que acabei deixando passar o tempo. Pois essa semana estava xeretando uma livraria (aqui em Berlim é o paraíso; os lançamentos podem custar até € 30, mas está lotado de lojas vendendo livros ótimos por € 1,00!) e achei “Cool Hunter“.

Olhando a ficha técnica, vi que o original em inglês era “So Yesterday“, ou seja…  os alemães também costumam mudar os títulos quando eles acham melhor (e até que nesse caso nem ficou ruim).

Bom, por apenas uma moedinha levei o tal tijolo para casa. A história fala de um adolescente nova-iorquino que trabalha como cool hunter para uma empresa de consultoria. Em suas pesquisas, ele encontra na rua uma moça da mesma idade que inova na maneira de amarrar os tênis e então começa uma série de aventuras da dupla; olha, daria um belíssimo filme de Sessão da Tarde. Mas o interessante da história (que é justamente o ponto em que o Jorge chamou atenção) é a maneira como é descrito o processo de lançamento de um novo produto, principalmente no mercado da moda.

É basicamente uma pirâmide, onde no topo estão os inovadores, ou seja, as pessoas que têm ideias originais (tipo um jeito diferente de amarrar um tênis). Aí aparecem, logo abaixo, os trendsetters, que acham isso bacana e adotam imediatamente; os trendsetters são formadores de opinião, pessoas em evidência (pelo menos no mundinho da moda). Em seguida, entram os early-adopters (Frühen Übernehmen, em alemão), que são as primeiras pessoas comuns a usarem o tal negócio. Daí pra frente tem o resto; os conservadores, que usam depois que todo mundo já usou ou então aqueles que nem chegam a usar (os estagnados, ou Stehengebliebenen).

Pois os cool hunters cortam o caminho, descobrindo as inovações e levando-as direto ao mercado de massa por meio dessas consultorias para empresas. Por causa disso, há conflitos de interesses e grupos discordantes, o que traz aventuras e mistério à história (que, talvez por causa do idioma, achei um pouco confusa).

Penso que o livro é bem interessante (talvez porque um dos meus planos é fazer o curso de Cool Hunting com a Fah Maioli em Milão, nesse ano ou no outro), então fica a dica para quem curte o assunto (na verdade, acredito que todos os designers seriam beneficiados em lê-lo).

Já tinha pesquisado um pouco sobre o assunto para uma disciplina que ministrei uma vez para o curso de graduação em design. Quem tiver interesse em saber mais, é só clicar aqui para ler o outro post a respeito de tendências.

Mas pesquisando um pouco sobre as outras obras do autor, fiquei interessada mesmo é na série de ficção científica Uglies. Vou procurar os livros e aí conto mais.

Por ora, essa é a dica. Ok, com anos de atraso, mas ainda está valendo, né, Jorge?

NOTA (2022): Anos depois, de fato consegui faer o curso de coolhunting e inclusive tem a resenha do livro da Fah Maioli aqui.

Quem quiser comprar o livro, pode usar esse link aqui.

4 Responses

  1. 17 fevereiro 2014 at 9:57 am

    Obrigada pela dica do livro. Curto muito este assunto. Sabia que quando fizemos aquele curso com a Guta em Floripa, eu comentei com ela, num jantar, que a minha filha Nina queria fazer um curso de cool hunter? Então a Guta disse que a filha dela trabalhava na empresa Box 1824. Pois bem, voltando a SP nós mães colocamos as filhas em contato e a minha filha se tornou assistente da filha da Guta. E atualmente ela trabalha com trend forecast, e ama muito o que faz.

    • ligiafascioni
      Responder
      17 fevereiro 2014 at 4:00 pm

      Nossa, que história mais bacana, Heloiza! A Guta é mesmo inspiradora e as conexões são a chave de tudo. Sucesso para todas 🙂

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