Site mais lindo

Nossa, descobri o site/blog mais bonito da cidade. São duas meninas lindas que trabalham com moda; uma é produtora e outra, fotógrafa. Elas também vivem e viajam juntas e têm um olho e um senso estético que é impossível não se apaixonar. Agora elas estão de férias na Islândia e as fotos são de babar (Islândia também está na nossa lista).

Adorei o texto, adorei as fotos, amei o layout do site e parece até que ja conheço a Amanda e a Anna Lara de tempos. Vale dar uma visita calma e demorada no lugar (é só clicar aqui).

Definitivamente é o espaço virtual mais lindo que visitei nos últimos tempos (isso considerando todos os sites/blogs de design que frequento). A dica foi de uma outra dona de site imperdível, a Juliana Cunha. Por ora, comecem o ano em ótima companhia…

Cidades nas nuvens

Ontem fomos a uma exposição de arte muito bacana: Cloud Cities, do artista argentino Tomás Sarraceno, no Hamburger Bahnhof Museum.

O museu, uma antiga estação ferroviária, é um dos mais bacanas de Berlin. Especializado em arte contemporânea, tem no acervo obras sensacionais do Andy Wharol, Keith Haring e Roy Lichtenstein, entre outras preciosidades. Na primeira vez que estive lá, ano passado, tive um acesso de book descontrol na livraria do museu que me fez ficar arrastando 10 kg de livros nas costas por um dia inteiro (essa era a primeira visita da expedição daquele dia).

A exposição Cloud Cities é inspirada em teias de aranha, astrofísica e visões arquitetônicas futuristas. O artista mistura tudo isso de uma maneira leve, linda e muito interessante. Ele constrói cidades suspensas em bolhas. As que têm plantas, ganham até mecanismos para mantê-las umedecidas e confortavelmente vivas (adorei essa parte). Nas bolhas maiores era possível entrar em experimentar a sensação de pisar num chão de plástico transparente (pena que a fila estava desanimadora).

Olha só que resultado formidável Tomás Sarraceno conseguiu. Adoramos. E você?

Quem quiser ver essas e outras fotos em resolução melhor no Flickr, é só clicar aqui.

Acontece tanta coisa ao mesmo tempo nessa cidade, que é impossível saber de tudo. Por incrível que pareça, fiquei sabendo dessa exposição pela antenadíssima e querida Winnie Bastian, dona de Design do Bom. Obrigada, linda!

Para a vida ficar mais leve

Coisa mais deliciosa encontrar surpresas pela cidade, né? Adoro arte urbana por causa disso: ela nos faz sorrir e pensar. Por isso, admiro muito os artistas que ficam bolando maneiras de fazer as pessoas pararem e pensarem de um jeito leve, divertido e instigante.

O site Street Art Utopia reuniu as 106 obras mais bacanas de 2011. Para ser sincera, acho que isso deve ser um apanhado geral, pois muitas eu já tinha postado individualmente aqui no blog bem antes de 2011; outras tenho em livros e já tinha visto em vários outros lugares em anos anteriores. De qualquer forma, nunca tinha visto tantas amostras bacanas reunidas assim, num lugar só.

Separei as que achei mais fantásticas e ainda não tinha publicado aqui. Para ver todas, é só ir no Street Art Utopia.

Artista: Ute Lennartz-Lembeck

Fonte: Street Art Utopia

Artista: Oakoak

Fonte: Street Art Utopia. "Perdi meu cérebro. Por favor, não entre em contato, estou feliz."

Fonte: Street Art Utopia

Artista: Oakoak

Fonte: Street Art Utopia

Artista: Sandrine Boulet

Recebi a dica de um monte de gente que compartilhou o link do site Araka no Facebook, mas sempre acho melhor ir até a fonte original para conferir e dar os créditos.

Estou colecionando umas fotos de arte de rua aqui em Berlin. Quando tiver um conjunto bacana posto aqui, ok?

Rabo de cavalo

Taí uma coisa que eu nunca tinha reparado (deve ser porque tenho pouquíssimo contato com cavalos, apesar de adorar esses bichos): dá para fazer vários penteados no animal, deixando o fofo ainda mais elegante.

Os cabeleireiros de cavalo da época do renascimento já sabiam disso e gastavam todo o seu talento e criatividade nessa arte. Olha só o capricho!

Trancinha é para os fracos. Repare bem o acabamento...

Esse ficou tão bem feito que deixou a donzela hipnotizada

O rabo aqui é só um detalhe; gostei mesmo foi do ar de cumplicidade suspeita do cavalo

Vejo flores em você

Sempre namoro esse prédio quando passo por ele. Se no meu antigo condomínio foi um escândalo quando pintei minha porta, imagina só se o prédio todo tivesse essa estampa linda? Para o pessoal que adora um begezinho e areia, deve ser complicado, mas eu amei. Até porque fico imaginando que os moradores desse condomínio devem ter a mente mais arejada e florida do que a média…

Não é lindo demais, minha gente?

Vamos passear no bosque?

Hoje à tarde aproveitamos o feriado e fomos dar uma voltinha no Tiergarten para ver como andavam as árvores por lá.

No verão ele é exuberante, verde de doer os olhos (o vídeo que eu fiz contando a história do lugar está aqui). Agora a vegetação ficou acobreada (em algumas plantas até o tronco fica vermelho) e as folhas estão todas no chão, um verdadeiro espetáculo. Olha só que lindo…

Para ver todas as fotos em resolução melhor no Flickr, é só clicar aqui.

Fahrenheit 451

Fotografia: Tony Hutchings

No final da adolescência, nos anos 1980, lembro que fiquei muito impressionada com as obras chamadas distópicas (o termo foi cunhado em oposição a utopia, que quer dizer literalmente não-lugar, ou um mundo idealizado, tão perfeito que não existe). Na distopia, os mundos criados também não existem, mas ao contrário de maravilhosos, eles são versões variadas de infernos totalitaristas.

Foi nessa época que fiquei fascinada com “Admirável mundo novo” (Aldous Huxley), “A revolução dos bichos” (George Orwell) e o formidável “1984“, do mesmo autor. Aliás, é nesse último livro que foi cunhada a expressão Big Brother (na história, todas as pessoas eram monitoradas pelo governo por meio de uma TV que tinham em casa; assim, ninguém podia fazer nada escondido nem mesmo na intimidade; o Grande Irmão, ou The Big Brother, era o governo totalitário que controlava tudo). Assim, não consigo entender como é que um jornalista como Pedro Bial, que certamente leu 1984, chama os participantes do programa de Brothers. Quem deveria se chamar BB, por uma questão de coerência, são as pessoas que estão do lado de fora, monitorando os que estão dentro da casa. Uma contradição, como, de resto, o próprio apresentador.

Pois depois de tanto tempo me caiu nas mãos uma outra obra distópica da mesma época que ainda não tinha lido: Fahrenheit 451 (Ray Bradbury). Já tinha ouvido falar e até conhecia a história, mas acabei deixando pra lá e esquecendo.

Fiquei atraída novamente pelo tema quando vim a Berlin em 2010 só para visitar (nem sonhava em morar aqui ainda) e pude conhecer o memorial do artista judeu Micha Ullman na Bebel Platz. Eu já explico o que uma coisa tem a ver com a outra. É que foi nessa praça, em frente à Universidade Humboldt, que em 10 de março de 1933, os nazistas promoveram uma fogueira enorme para queimar mais de 20 mil livros que contradiziam o regime. Na minha infinita ignorância, achava que esse tipo de coisa só tinha acontecido na idade média, muito apropriadamente denominada Idade das Trevas. E não vou enganar ninguém, fiquei bem chocada ao saber de um ato desses em pleno século XX.

Fahrenheit 451, assim como boa parte dos livros sobre distopia, foram escritos depois do fim da segunda guerra e no início da guerra fria, quando o fantasma do totalitarismo assombrava os intelectuais. Com certeza Bradbury ficou tão ou mais chocado que eu com o episódio da Bebel Platz.

O livro conta a história de um bombeiro, Guy Montag, em algum lugar do futuro, cujo trabalho, vejam só, era queimar livros. Fahenheit 451 é a temperatura com que os livros são carbonizados e viram cinzas (mais ou menos 233 ºC). Nessa época fictícia, as construções eram todas à prova de fogo; então, o trabalho dos bombeiros era colocar fogo nas casas onde as pessoas teimavam em manter livros.

A posse e leitura de livros era proibidíssima e a coisa não aconteceu do dia para a noite. Na história, as pessoas ficaram mais imediatistas e sem paciência para ler por causa da popularização da televisão. O governo percebeu a chance e começou a promover cada vez mais a diversão, as mágicas, piadas e até, imaginem, algumas formas de reality show (que obviamente ainda não tinham esse nome). O povo tinha TVs enormes do tamanho da parede e interagia com parentes, conhecidos e desconhecidos (mais ou menos como nas redes sociais atuais); a galera ocupava praticamente todo o seu tempo livre conversando sobre nada e sendo “feliz”.

As pessoas que gostavam de estudar sofriam bullying nas escolas (o termo ainda não existia) e alguns acabaram se matando ou sendo mortos. De qualquer maneira, quem gostava de ler foi se tornando uma minoria incômoda que conseguia ver além do espetáculo hipnotizador das telinhas; por isso questionava, duvidava e reclamava. De fato, isso provava a tese de que os livros tinham que ser proibidos e queimados pelo bem da felicidade geral da nação: eles traziam dúvidas, se contradiziam, tornavam as pessoas inconvenientes, infelizes e descrentes. Quem não lia sempre parecia mais feliz; já os leitores ávidos eram melancólicos e, de certa forma, até um pouco pessimistas. Bom, dá para ver que ficou muito fácil convencer todo mundo que livro fazia mal (adoro uma frase de Montag em que ele fala: “Ó, Deus, a terrível tirania da maioria“).

Quando a história começa, o protagonista sente um desconforto e entra numa crise existencial grave. Ele não só quer parar de queimar livros, como, na verdade, deseja desesperadamente lê-los para ver se ajudam a acalmar o vazio que se tornou sua vida.

O autor consegue reproduzir situações futuras com bastante fidelidade (pelo menos, eu achei) e sinto calafrios quando vejo um político (em última instância, um representante do povo) ou uma celebridade qualquer anunciar com orgulho que não lê livros e que eles nunca fizeram falta (sempre enaltecendo a tal da famosa “escola da vida“, como se ela fosse mutuamente exclusiva com a leitura).

Dá um certo medo, não vou negar. Dando uma geral nas redes sociais essa semana chega até a arrepiar. Acho que mais gente devia ler Fahrenheit 451. Mesmo que só por precaução…

Comemoração comprida

Olha só que interessante: aqui na Alemanha eles comemoram os domingos do advento, que são os 4 domingos que precedem o natal. Não é feriado, mas eles comemoram.

Depois tem a véspera de natal (24) e o natal (25). Pois finalmente consegui entender porque é feriado também no dia 26.

É que hoje é o segundo dia de natal! Eles têm o Erster Weihnachtstag (Primeiro dia de Natal) e o Zweiter Weihnachtstag (Segundo dia de Natal). Achei bacana; mais um dia para se recuperar da correria e comer todos aqueles biscoitos enfeitados…

Outra curiosidade: aqui eles não chamam o bom velhinho de Papai Noel ou Santa Claus. É o Weihnachtsmann (Homem do Natal)…

Acho que só ganha presente a criança que conseguir pronunciar diretinho Weihnachtsmann…eheheheh