Aula de arte. Só que ao contrário.

Para o povo que se divertiu aqui vendo o que os escultores renascentistas fizeram com a figura do Menino Jesus, segue mais um pouco de figuras bizarras. Essas são do Bode Museum (o nome é em homenagem a um dos primeiros diretores, o Wilhelm von Bode), que tem no seu acervo verdadeiras preciosidades de arte bizantina e renascentista. Por isso, devo dizer que quem esculpiu e pintou essas obras não era qualquer zezinho não; dá para ver, pois são extremamente bem-feitas e as expressões são muito próximas do realismo.

O Bode, um dos 5 grandes da Ilha dos Museus, é lindo de morrer e rende horas de contemplação. Mas, se a pessoa tiver um olhar debochado, dá para rir um pouco também. Vai vendo.

Acho que o sujeito não pagou a conta do escultor. É a única explicação que encontro para eternizar a imagem de alguém com esse legging entaladinho...

Não sei vocês, mas essa pose não está muito sexy para um bebê não? Seria a capa da Playboy infantil da época?

Esse ancestral do Cauby Peixoto parece que pegou pesado no make...

Que tal posar para a posteridade com essa cara de estrategista extremamente inteligente?

Estou achando que os rapazes aí não são muito amigos não. A cara de nojinho do moço da esquerda compromete...

O Boy George renascentista depois de um show de 4 horas e muita manguaça. É ou não é?

Que os dois estão em plena DR e a coisa não está indo muito bem, é fato. Mas alguém me explica essa criança com claras intenções espremer o furúnculo na perna do moço durante o evento?

Indignação

Acabei de ler Indignation, do sempre ótimo Philip Roth. Conta a história do último ano de vida de um rapaz de 18 anos, que mora nos Estados Unidos nos anos 50. Marcus é judeu e o pai dele é açougueiro.

O menino é bem estudioso e inteligente, além de bem-comportado; mas o pai fica tão preocupado em perdê-lo (boa parte da família havia morrido na Guerra da Coreia) que se desequilibra completamente e faz  Marcus praticamente fugir de casa para não enlouquecer junto (coitada da mãe que teve que aguentar o rojão sozinha, pois não ficava bem na época se divorciar).

Como resultado, ele acaba indo fazer a faculdade numa cidade bem longe e numa escola bem conservadora (céus, como devia ser difícil viver nos anos 50). Tudo era pecado, tudo era proibido e ai se você não comungasse de absolutamente todas as ideias consideradas certas. Mais perdido do que outra coisa, Marcus acaba cometendo algumas tolices (nada sério) e acaba sendo injustamente mandado para a guerra, onde finalmente morre (isso não é spoiler, pois o livro já começa adiantando o final).

Gostei porque é bem escrito e Roth consegue transmitir bem a angústia e a crises existenciais do menino. Triste, mas muito rico. Para pensar…

Recomendo.

Malvadeza com o Menino

Vou aproveitar a época de natal para fazer uma brincadeira (espero que ninguém se ofenda). É que andei visitando uns museus e não me conformo com a maneira com que alguns artistas do Renascimento retrataram o Menino Jesus. Há imagens belíssimas, que todo mundo conhece dos livros de arte, mas outras são pura bizarrice.

Fotografei algumas por inconformismo, mas também preciso confessar que achei engraçado o negócio. Se alguém acha falta de respeito rir disso, acho mais falta de respeito fazer o que eles fizeram. Olha e vê se não é mesmo…

O que será esse penteado no Menino? Parece irmão do Chico César... as tias não são lá muito simpáticas (parecem as irmãs más da Cinderela) e a Maria, cega de um olho, está com cara de conformada.

Eu não sei vocês, mas achei esse menino com aplique muito estranho. Acho que a Maria e a menina, que deve ser prima, também acharam...

Gente, olha o corpo desse Menino! Observem o tamanho dos braços em relação às pernas! E o nariz! Não parece um adulto gordinho em miniatura? Ah, e eu não queria entrar em detalhes, mas também parece que estavam fazendo uma cirurgia delicada no momento em que a escultura foi feita...

Não sei o que é pior: o rosto de quem voltou cansado da balada depois de aprontar muito, o corpinho de menina, ou os olhos divergentes da Maria que parece não estar ciente do assunto...

Taí um casal se perguntando se essa criança foi trocada na maternidade (parece o Buda, não Jesus)... José não se conforma.

Sério que esses escultores achavam que estavam prestando uma homenagem?

Alguém me explica?

Quando eu fazia engenharia, o único curso do centro tecnológico onde as mulheres dominavam o pedaço era a arquitetura. Então, queridas, alguma de vocês pode me explicar por que é que em todos os edifícios de uso comum, sejam escritórios, academias, cinemas, escolas, teatros, museus, restaurantes, bibliotecas, aeroportos, rodoviárias, enfim, todos os lugares em que se possa pensar, o projeto é sempre feito de maneira que o número de banheiros masculinos seja exatamente igual ao de banheiros femininos?

Nem todos os edifícios são simétricos, então não vale essa desculpa (que é bem fraquinha, vamos combinar).

Sinceramente, não dá para entender mesmo. Se fossem os homens que fizessem os projetos (desde que eles não tivessem esposas, namoradas, amigas e nem irmãs para esperar na porta), ainda seria mais ou menos compreensível.

Mas qualquer mulher, arquiteta ou não, sabe muito bem, por métodos científicos ou empíricos, que mulher vai muito mais ao banheiro e quando vai demora mais também. O resultado é que a qualquer hora do dia ou da noite, sempre tem uma fila enorme de meninas apertadinhas esperando a vez.

Deixo aqui a pergunta: por que você não fazem nada, moças da arquitetura?

Ilustração: Roberto Longo

Tia sem filhos

Ilustração: Chloé Fleury

Hoje faz uma semana que a querida Fernanda Bornhausen Sá, fundadora e presidente do Portal Voluntários Online e uma das principais referências de voluntariado no Brasil (eita orgulho!) me convidou para postar uma história ou experiência sobre algum trabalho voluntário que faço; a ideia era fazer parte de uma blogagem coletiva em homenagem ao Dia do Voluntariado (#servoluntariovaleapena). Pois é, enrolei até agora. Sabe por quê? É que fiquei morrendo de vergonha.

Gastei um tempo pensando em que contribuo como voluntária. É óbvio que sou doadora de sangue e integro o cadastro de medula óssea, mas acho que isso nem conta, pois é mais responsabilidade civil do que outra coisa. Não tem nenhuma justificativa para uma pessoa saudável não fazer isso.

Tá, também já adotei um gatinho desenganado, à beira da morte; mas também acho que não conta. Hoje ele é um fofinho tão querido que ganhei muito mais do que ele nesse negócio. Na verdade, não tenho muito jeito para boa samaritana; uma vez fui ajudar um cego a achar um endereço e fiz o coitado andar o dobro da distância porque me distraí na conversa (voluntária loira, fazer o quê?).

Fato que já dei trocentas palestras gratuitas para estudantes de todos os níveis, mas isso está ficando cada vez mais raro por causa da distância. Também não sei se dá para classificar como trabalho voluntário perto do mundo de transformações que gente como a Fernanda provoca. Olho as apresentações e os cases e fico pensando que não faço nada mesmo para melhorar o mundo.

Mas será que sou tão egoísta assim que não tenho nenhuma história decente de voluntariado para contar?

Procurando bastante, achei uma coisa que eu faço que talvez mude um pouco a vida das pessoas. É simples: eu respondo e-mails.

Pode parecer banal, mas a maioria das pessoas não faz isso. Por algum motivo que desconheço, recebo toda semana mensagens de gente no auge de suas crises existenciais e profissionais. Esse povo escolheu me escrever para desabafar, para pedir conselhos, para trocar ideias. Apesar de não ter nenhuma formação profissional na área de psicologia, tento responder da melhor maneira possível compartilhando minha experiência de vida.

É pouco, eu sei, mas me custa muitas e preciosas horas por semana. Nem sempre as pessoas dão sinal de vida depois das minhas longas respostas (boa educação não é muito comum na web), mas o que me faz continuar esse “trabalho” são justamente as que respondem. São mensagens bem emocionantes de gente que escreveu meio que sem esperança de receber algo de volta; gente que ficou bem feliz e se acalmou na confusão que estava a vida; que começou a pensar em outros caminhos; que conseguiu vislumbrar outras possibilidades que não haviam lhe ocorrido. Gente que encontrou um ombro e um abraço virtual e que talvez, por isso, se sinta menos sozinha. Gente que, mesmo nunca tendo conhecido pessoalmente, virou amiga de coração.

Talvez meu trabalho voluntário seja esse: sou tia. E tia sem filhos, que é um tipo diferente. Tia Sem Filhos é aquela que tudo ouve e nada julga; não se escandaliza com nenhuma confidência, não conta nada pra ninguém. É diferente de mãe, que precisa ser referência de bom comportamento; sente-se responsável e acha-se na obrigação de dar os conselhos certos.

Tia Sem Filhos não; essa quase não dá conselhos. Mostra caminhos, discute possibilidades, ouve sem fazer cara de espanto e não tenta conduzir a conclusão para respostas seguras. A função da Tia Sem Filhos é ouvir muito e pensar junto.

Parece pouco (e é), mas para algumas pessoas, acho que faz diferença.

Trabalho voluntário como Tia Sem Filhos vale, Fernanda?

Retroreciclagem: um novo tipo de arte?

O leitor Marcelo Alves mandou uma sugestão de post bem bacana. Eu já tinha visto em um blog gringo (que agora não me lembro mais qual é) e achei muito interessante, mas na correria em que estou, acabei não postando nada. Aí vem o moço chamando atenção para o mesmo tema; agora vai, porque vale a pena mesmo.

Estou falando do trabalho do publicitário Bruno Honda Leite. Ele pega qualquer embalagem de qualquer produto e transforma o negócio em arte usando só canetinhas de escrever em CDs (antigamente se escrevia em transparências para retroprojetores). Por causa disso, Bruno deu o nome da arte que ele inventou de retroreciclagem (retro, no caso, é o tipo da caneta que ele usa).

Acho eu que ele faz uma base com algum tipo de tinta para uniformizar a superfície de fundo, mas não consegui confirmar isso em lugar nenhum (é só dedução minha). E o site/portfólio dele é bacanérrimo, mas também não consegui achar nada sobre o autor, além das obras e de uma entrevista que ele deu para a revista Pais e Filhos.

Enfim, o sujeito faz mágica mesmo com as canetinhas, tem uma criatividade impressionante e, mais do que essas duas coisas, desenha como ninguém.

Dá orgulho de ver um um artista brasileiro tão sensacional assim, né? Olha só uma amostra do que esse sujeito consegue fazer com a tal canetinha; não tem como não amar.

Acho que na encarnação passada, isso foi um camburão de gasolina

Toy art feito com embalagens de desodorante (eu acho)

Nem caixa de papelão escapa

Babei. Qualquer dia vou experimentar também…

Ah, as imagens desse post eu tirei daqui.

***

PS: O Bruno viu o post e comentou, dando umas dicas legais para mais informações, inclusive divulgando canal dele no Youtube. Quanto aos personagens, o primeiro é o Lafayette Toledo, ex-galão de sabão industrial de 50 l, gerente de lojas de departamento, solitário e mal-humorado (veja mais aqui); o segundo , ex-desodorante, é o super-herói Yellowman (mais aqui); o terceiro, com 2 m de altura, é feito com caixas velhas de papelão e chama-se Malaquias de Souza, mendigo e ex-publicitário (veja aqui).

Guarda-volumes alemão

Fiquei de explicar a questão da entrada na Biblioteca Central da Universidade Humboldt, então, “apreparem-se“, porque a novela é longa (ainda bem que tem final feliz, com sorteio e tudo!).

Bom, depois que entrei no prédio, fiquei chapada que nem zumbi quando sente o cheiro de cérebros. Tão empolgadinha que nem vi os avisos (todos em alemão, claro) que diziam que não se podia entrar com nenhum tipo de pasta ou sobretudo. Nem capa de laptop podia. Garrafa, só de água, e ainda assim, transparente. O guarda que me barrou explicou que eu tinha que deixar tudo no guarda-volumes ali ao lado. Precisava de um cartão mensal e a senhora da recepção poderia me explicar melhor (isso foi o que eu consegui entender no meu alemão castiço, de raiz).

Bom, ocorre que a tia da recepção também não falava nenhumazinha palavra em inglês, e tudo que consegui descobrir é que eu tinha que ir na cafeteria comprar o tal do cartão. A moça do caixa resmungou bastante e não consegui entender lhufas do que ela disse, mas saí de lá vitoriosa, com o troféu na mão (1,90 Euros). Entendi que ainda tinha que validar o negócio numa máquina. Depois de muito procurar, achei a tal máquina, vejam só a modernidade (instruções em alemão, daquele jeitinho complicado que só os bárbaros conseguem). Não consegui me entender com o terminal e pedi ajuda para um estudante que passava por ali. Ele me olhou como se eu fosse uma parva (não o julgo por isso, a cara devia ser essa mesma), pegou o cartão da minha mão, digitou uns 3 ou 4 números que ele tirou sei lá de onde e… voilá! Meu cartão estava validado! Era só ir no tal guarda-volumes.

Bom, perdi um tempo tentando descobrir uma ranhura para enfiar o negócio. Aí é que foi a surpresa. Segundo uma estudante que me ajudou, o cartão era para empurrar o botão na frente da porta. Só o cartão que fechasse é que poderia abrir de novo usando a mesma técnica (pegadinha sem-vergonha essa, heim? Olha só as fotos − não tinha nem um desenhinho para explicar).

O armário, digamos assim, mais excitado, é o que está aberto.

Para fechá-lo tem que empurrar com o cartão (nada de enfiá-lo numa fenda, como minha mente suja tinha sugerido)

Legal, fui lá, fiz o necessário streap-tease e rumei para meu paraíso na terra, onde passei uma tarde agradabilíssima estudando.

Mas calma que ainda não acabou…

Acontece que no dia seguinte fui de novo e… surpresa! Cadê que meu cartão mágico funcionava? Necas! Só que aí ninguém sabia me informar o que eu devia fazer: se tinha que inserir créditos, se tinha que revalidar com alguma senha misteriosa, se tinha que mandar rezar uma missa para a Nossa Senhora dos Guarda-Volumes Cheios de Pegadinhas. Fiquei mais de meia hora passando de um monoglota para outro e nada. Perguntei para alguns estudantes e eles não tinham a menor ideia, pareciam que nunca tinham visto um cartão como aquele. Até que um me disse que não usava aquele sistema porque tinha outro guarda-volumes no subsolo que qualquer um poderia usar desde que trouxesse o cadeado de casa. Fui lá e era mesmo, só que eu não tinha cadeado (Depois fiquei pensando com meus botões: porque diabos alguém escolheria usar aquele negócio complicado do cartão, se tudo o que se precisa é de um cadeado? A pergunta ficou no ar até agora, não consegui resposta. Reflitam e me ajudem a resolver esse mistério, bitte).

Bom, fui comprar um naquelas farmácias-tem-de-tudo e só tinha aqueles com segredo; escolhi um lindo, vermelho. Nem preciso dizer que as instruções de como configurar o bicho eram em alemão, óbeveo. Resumo: na operação de start-up, tranquei o cadeado com alguma senha que desconheço. Podem me mandar três números quaisquer, vou testar todos que chegarem. Quem acertar o código, ganha o cadeado (veja que sorteio justo, nem eu sei a resposta certa…eheheh).

Mas peraí que ainda não acabou. Logicamente, fui a uma loja de bicicletas e comprei um de chave (escolhi um bem pequenininho, que era mais fofo e combinava mais com a minha pessoa delicada).

Fui toda catita até a biblioteca e… o cadeado era pequeno demais, não fechava no suporte da portinha (pior que só descobri depois de desmontar a produção cuidadosa, que incluía boina, sobretudo, luvas e cachecol e guardar tudo no armário). Droga. Lá fui eu vestir tudo de novo e sair para comprar outro cadeado maior (essa frase não esqueço mais porque tive que repeti-la váááááárias vezes: Ich hätte gern ein Vorhängeschloβ, bitte!).

Bom, esse era feio, grande, convencional e pesado, mas funcionou. Aí, tudo ficou bem e eu fui feliz para sempre.

Gostaram? Mandem suas apostas para ganhar esse lindão aqui!

Mande logo o seu palpite, só tem um!

NOTA: depois dessa aventura, tive mais uma envolvendo cadeados. Essa é igualmente embaraçosa…hahahah… Leia aqui “A loira e o cadeado“.

Agora vai

Sempre gostei de estudar e estava estranhando essa minha malandragem aqui em Berlin. Além de andar na rua o maior tempo possível, em casa não consigo me concentrar nos exercícios de gramática de sopinha de letras, ainda mais conectada na internet. Hoje estava pensando numa solução, pois essa língua não é fácil e eu realmente preciso me aplicar mais se quiser conseguir manter uma conversinha básica até o final de 2012 (minha meta: fazer um upgrade do inglês, que está no nível “se vira bem” para o nível “impecável“, e do alemão, que está no nível “Das Buch ist auf dem Tisch” para o nível “se vira bem“).

Aí comecei a lembrar de como costumava estudar nos tempos de engenharia e caiu a ficha: biblioteca!  Eu sempre amei bibliotecas. Aliás, biblioteca para mim é um lugar sagrado; toda vez que entro numa fico pensando em quantas vidas foram dedicadas a produzir todo aquele conhecimento. Minha concentração aumenta bastante e fico muito mais produtiva (ainda mais se não tiver internet na mesa). Pois fui procurar as bibliotecas em Berlin e escolhi a da Universidade Alexander von Humboldt (não ia deixar por menos, né?).

Para se ter uma ideia do naipe dos professores e alunos, Einstein dava aulas lá, Marx Plank estudou e mais uma meia dúzia de Prêmios Nobel frequentou e pesquisou. Mais inspiração do que isso, impossível.

Claro que a universidade tem vários prédios, uns mais antigos e outros mais recentes. O da biblioteca ocupa quase meio quarteirão e é bem modernoso. São seis andares de salas de estudo e livros.

Depois eu conto a epopéia para conseguir entrar no lugar (os alemães adoram complicar as coisas mais simples), mas minha tarde foi maravilhosa. Quem sabe, respirando o mesmo ar que essa gente inteligente, eu consigo aprender um pouco mais, né?

Tive que tirar as fotos bem discretamente com o celular, para não passar por “mané deslumbrada” que é o que de fato eu sou…

Hall de entrada, cheio de computadores para quem quiser usar

Cada mesa tem uma tomada e uma luminária própria

O vão central tem vista para todas as estantes

As salas de estudo individual são construídas em forma de “escada” terminando no vão central. Se eu tivesse que desenhar um paraíso, não ficaria tão bom…