Nem todo reality show é ruim

Para o povo que acha que reality show é sinônimo de Big Brother (já deu né Bial?), olha só que ideia ótima vinda diretamente do Oriente Médio. Engenheiros e engenheiras de países como Síria, Egito, Kuwait, Líbano, Iraque e Tunísia  ficam confinados numa casa para inventarem coisas. Eles criam, testam, orientam, avaliam e até discutem política, veja só.

O objetivo do programa, chamado “Stars of Science” é encontrar os melhores inventores da região; há eliminação toda semana e os 4 últimos sobreviventes dividem o prêmio em dinheiro para começar um negócio e explorar comercialmente as respectivas invenções. Eles têm o livro do Alex Osterwalder (Business Model Generation) como referência inicial e os árabes estão vibrando com o concurso, que já está na quarta edição e rendeu invenções revolucionárias.

Bom, caso alguém tenha se esquecido, os árabes lideraram a matemática, a física e a química por vários séculos; não é à toa que, em vez de algarismos romanos, nós ocidentais usamos algarismos arábicos; os caras não são fracos já faz muito tempo.

Eu se fosse a Globo começava a prestar mais atenção nesse negócio. Já pensou se em vez de sonhar em posar para a Playboy ou G Magazine nossos jovens aspirantes à fama começassem a querem ser engenheiros, designers, matemáticos ou físicos? Não apenas a educação do país e o desenvolvimento tecnológico do país sairiam ganhando, como a programação da TV ficaria mais divertida. Fica a dica.

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Fiquei sabendo pelo ótimo Mosca Branca, onde tem um link para uma reportagem na Wired e um vídeo no Youtube.

Ideias que merecem ser espalhadas

Certamente muita gente já ouviu falar do TED, sigla de Technology, Entertainment and Design, nome de uma fundação americana que convida pessoas com ideias que merecem ser espalhadas (esse é o slogan do projeto) para palestras de 15 minutos. Disponíveis na internet no TED.com, já assisti a dezenas dessas conferências rápidas (a assinatura do podcast é grátis), mas nunca tinha participado de um evento pessoalmente. Com o sucesso do projeto, a organização criou o TEDx, uma espécie de franquia gratuita para quem quer replicar o modelo ao redor do planeta. Pois hoje rolou pela primeira vez o TEDxFloripa e tive a sorte de estar na plateia.

Revolução fotográfica

Imagine você tirando uma foto de qualquer jeito, sem se preocupar com foco — concentrando-se apenas no enquadramento. A gente já faz isso hoje (eu, pelo menos, faço) e o resultado fica uma porcaria na maioria das vezes.

Pois imagine se depois, quando você estiver olhando os arquivos, puder escolher o que vai ficar em foco e o que vai ficar borrado. Qualquer foto sua vai ficar parecendo aquelas de revista, onde o objeto focado fica lindo e o resto faz papel de cenário. Pois essa máquina dos sonhos está prestes a se tornar realidade.

Brinquedinho novo

Sabe quando você ganha uma caixa daquelas enormes e lindas feitas de lata, cheia de lápis de cor, aquarela, pinceis e mais um monte de coisas bacanas e coloridas? Pois foi exatamente isso que o Gustavo Baldez, leitor aqui do blog, me deu de presente quando me apresentou o SketchBook X da Autodesk para iPad. Gente, o negócio todo é um luxo!

Tem vários tipos de pinceis, canetas, tintas e cores. Dá para fazer zoom, mover, trabalhar em camadas, girar, ampliar, enfim, tudo o que alguém que desenha sempre sonhou e mais um pouco. E o melhor: tudo inteiramente grátis, é só baixar!

Ainda estou começando a aprender todas as nuances, mas já dá para ver que agora dá para detalhar muito mais o traço e aplicar sombras e texturas. O único porém é que a tela é pequena e o desenho não fica lá com uma resolução muito alta (mais uns dois anos e o Steve Jobs chega à perfeição — certeza!).

Por ora, obrigadão mesmo ao Gustavo. Dica nota mil mesmo, rapaz!

Inovação: tem palavra mais obsoleta?

Há algum tempo tive a oportunidade de ler um artigo interessantíssimo do Umair Haque, diretor do Havas Media Lab, chamado “The Awesomeness Manifesto”. É difícil traduzir awesomeness, que seria mais ou menos a capacidade de impressionar, causar espanto. Pensei em substituir por incrível, sensacional, deslumbrante e até mesmo impressionante, mas esses são adjetivos e o Haque acrescentou o “ness” no final justamente porque queria um substantivo. Aí fica difícil traduzir, né?

Mas não faz mal, usamos o original e vamos ao que interessa: Haque diz que a palavra inovação soa como uma relíquia da era industrial e que, por isso, a própria palavra precisa ser inovada.

Papel ou iPad?

Nunca escondi de ninguém que sou viciada em papel; adoro. Mesmo assim, decidi dar uma chance para as plataformas virtuais, admitindo que sim, elas têm inúmeras vantagens. O ponto principal que sempre me incomodou em livros eletrônicos é a questão da incompatibilidade, pois, mídias virtuais, a gente sabe, têm prazo de validade e dependem de […]

Criatividade sem inovação

O design é irmão da inovação. Não diria que é o pai porque a inovação nasceu bem antes do design (ela nasceu com o mundo: ele, com a revolução industrial). Também não dá para dizer que a inovação é a mãe do design porque há montes de projetos onde os genes inovadores são flagrantemente recessivos. Fiquemos então assim: são irmãos ligadíssimos, unha e cutícula. Pois, no Brasil, um vive chorando no colo do outro porque estão os dois sem pai nem mãe.
Tentando responder porque o Brasil ocupa um longínquo 40o lugar em um ranking mundial organizado pelo prestigiado INSEAD, Nóbrega nos conta que depois de mergulhar em muitos estudos e estatísticas, chegou a conclusões bem tristes sobre a predominância do conservadorismo nas nossas empresas. Simplesmente não há ambiente para inovação no Brasil; o risco é desproporcional aos ganhos. Mas vamos por partes, a fim de que a linha de raciocínio fique mais clara.