Micro

Encontrei “Micro”, de Michael Crichton e Richard Preston numa caixa de doações; aqui em Berlim é muito comum você fazer a limpa na sua casa e deixar uma caixa na frente do prédio com objetos que não quer mais — você escreve “zum Geschenk” (tradução livre: “para doação”) e as pessoas pegam o que querem. Eu sempre olho nesses caixas para ver se tem livros — já achei coisas ótimas; inclusive uma bota e um casaco maravilhosos).

Pois bem, peguei a edição de bolso em inglês porque conhecia o Michael Crichton (que você também deve conhecer). Se você não está ligando o nome à pessoa, ele escreveu o livro que deu origem ao lendário filme “O Parque dos dinossauros”.

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O arquiteto visionário

Comprei a graphic novel “Mies van der Rohe: ein visionärer Architekt”, do ilustrador espanhol Augustín Ferrer Casas, na loja do museu da Bauhaus, em Weimar. Foi em 2021, quando estava reunindo material para montar um curso de História do Design para a PUC do Rio Grande do Sul; então não tinha como não levar!

A biografia ficcional do lendário arquiteto é primorosa; desenhos belíssimos, capa dura, edição pra lá de caprichada — impossível resistir. 

A história começa com ele em uma viagem de avião entre os Estados Unidos e a Alemanha; ele está indo inaugurar a Neue National Galerie, em Berlin, meses antes da sua morte, em 1968. Esse museu é um dos mais interessantes da cidade e foi reinaugurado justamente em 2021, depois de anos em reforma. No final eu conto uma curiosidade, mas vamos seguir a história.

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Ignorância emocional

Gente, como é que a pessoa vai numa livraria e passa por esse livro sem levá-lo para casa? Se alguém descobrir, me conta!

Quando vi “Emotional Ignorance: lost and found in the science of emotion” (tradução livre: “Ignorância emocional: achados e perdidos na ciência da emoção“), de Dean Burnett, nem pensei duas vezes. Só depois é que me dei conta que ele também é autor de outro livro que eu amo e está resenhado aqui: “O cérebro idiota”. 

Dean Burnett é um neurocientista britânico que também é escritor, colunista do jornal “Guardian”, pesquisador da Universidade de Cardiff e comediante.

O autor começa explicando o título inusitado; incialmente, e editora encomendou a ele um livro sobre inteligência emocional e o título iria ser algo assim. 

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Amanhã, e amanhã, e amanhã

Eu assino algumas newsletters de livros e também leio resenhas diversas para saber o que está acontecendo no mundo literário. Eis que, em todo lugar, todo mundo só falava bem de “Tomorrow, and tomorrow, and tomorrow” (tradução livre: “Amanhã, e amanhã, e amanhã”), de Gabrielle Zevin.

O que posso dizer? Merecidíssimo! Adorei cada página!

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A única coisa

Não me lembro como “The One Thing: the surprisingly simple truth behind extraordinary results” (tradução livre: “A única coisa: a supreendentemente simples verdade por trás de resultados extraordinários”), de Gary Keller e Jay Papasan veio parar nas minhas mãos; a única certeza é que é um livro usado, pois veio cheio de anotações (adoro!).

A premissa do livro é um desafio que chega a ser quase cômico para mim: escolher apenas uma e única prioridade para se concentrar e ser bem-sucedido. Logo eu, a rainha do “tudo ao mesmo tempo agora”. A primeira coisa que pensei foi: tá certo. Na verdade, vai ver que eu não quero ser um sucesso; quero é me divertir….rsrs… 

Mas vamos ao que interessa: o conteúdo do livro!

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A onda

Semana passada estava passeando num mercado de pulgas aqui em Berlim e encontrei uma edição antiga de “The Wave: the classroom is out of control” (Tradução livre: “A onda: a sala de aula fora do controle”), de Morton Rhue (pseudônimo de Todd Strasser).

Quando vi o preço (€ 3) e disse que ia levar, o moço perguntou se eu conhecia a história. Eu disse que sim e ele ficou um pouco impressionado (devo ter cara de quem não lê muito, pois o vendedor dos outros livros que comprei em outra barraca fez o mesmo comentário; se eu já conhecia o autor — ficou surpreso quando eu disse que sim e já tinha lido a trilogia…hahahaha).

Enfim, mas vamos ao que interessa: esse livro ficou muito famoso na década de 1980, quando foi publicado, e gerou mais de um filme, inclusive o mais recente disponível na Netflix (para variar, não assisti). Pelo que li da sinopse, o filme lançado em 2008 muda os nomes e várias partes da história. O que vou contar aqui é a história do livro em sua versão original.

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O som do rugido da onça

Nossa, sei nem o que escrever sobre “O som do rugido da onça”, de Micheliny Verunschk. Uma história tristíssima e tocante; pior — um romance baseado em fatos.

Eis que estamos em 1820 e uma dupla de cientistas alemães, os naturalistas Spix e Martius, viajam numa expedição ao Brasil, com o patrocínio do rei bávaro Maximilian Joseph, para capturar amostras exóticas daquelas terras longínquas e engrandecer a coleção do nobre. Por amostras exóticas entenda-se: bichos, plantas e selvagens (no caso, seres humanos indígenas).

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Fim

Estava super curiosa para conhecer a Fernanda Torres como escritora; já era fã da atriz há décadas; ela é uma das mais brilhantes artistas da sua geração. Sabia também que há alguns anos a moça é colunista do jornal A Folha de São Paulo; mas como não sou assinante, ainda não tinha lido nada que pudesse servir de referência.

Assim, foi com muita expectativa que abri “Fim”, seu primeiro romance, que trouxe da minha última viagem ao Brasil. E já posso adiantar: eita que mulher talentosa!

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